terça-feira, 18 de outubro de 2011

Textos para trabalhar susbstantivo, adjetivo e verbo

SUBSTANTIVO

        No princípio, era o nada.O Criador, na sua imensidão, não se contentou com a inexistência.
        Pensou que seria bom criar coisas, encher o vazio, fazer existir. Instituir.
        Sentou-se sobre o infinito do nada e pensou a existência; a vida. A cada pensamento, uma coisa fazia, nascia. Criou o dia e a noite,o Sol e a Lua, e as estrelas.
        Pensou muito, criou muito, fez existir. Olhou aquilo tudo. Achou bom. Criou inúmeras coisas. Sentiu-se até um pouco atrapalhado no meio delas. Não estava acostumado a tantas coisas...
        Quis registrar tudo em seu diário, mas não conseguia encontrar um jeito de explicar as suas criações. Era muito mais fácil criar do que registrar. Fixava o olhar em um ser, e desenhava. Quando comparava o desenho com o ser, ele achava muito diferente do que queria representar.
        Mas, sendo um grande Criador, descobriu logo uma solução: resolveu dar um nome a tudo que criara..
INVENTOU O SUBSTANTIVO.
         Com ele, deu nome a todas as coisas. Assim, ficou fácil registrar tudo em seu diário. Ao lado do desenho, escrevia o substantivo que o representava.
Foi uma grande descoberta esse tal de substantivo, com o qual podia nomear todas as suas criações. O substantivo nomeava as coisas, sentimentos, cores, animais, lugares, enfim, tudo que fizera existir. Nomeava aquilo que vemos e aquilo que apenas sentimos ou imaginamos. Nomeava boi, nomeava amor, nomeava andorinha, nomeava carinho.
O Criador ainda ficou um tempo pensando, criando algumas outras coisas, dando-lhes nome. O nome era escolhido a seu prazer, sem nenhuma regra, sem relação alguma do ser com o nome. Simplesmente atendia a um pensamento seu.
        Demorou alguns dias para registrar tudo no seu diário.
        Olhou novamente cada coisa, fez uma revisão nas suas anotações e resolveu descansar um pouco.
Estava contente com a sua criação.
Sorrindo de satisfação, adormeceu.

ADJETIVO
            Quando o Criador terminou de anotar os substantivos em seu diário, descansou por um bom tempo. Dormiu um sono tranqüilo e sereno.
         Acordou bem disposto, alegre e feliz. Olhou todas aquelas coisas que havia tirado do nada. Chamou-as pelo nome. Pensou mais um pouquinho e criou mais ainda.
         De repente, ficou pensando... Tudo era quase igual, sem cor, sem cheiro, sem som, sem vida.
         Percebeu que o mundo não poderia ser feito apenas de substantivos. Faltava alguma coisa que tornasse tudo mais interessante. Um bom Criador deveria criar coisas espetaculares. Pensou um pouco. Resolveu dar qualidade ao que tinha criado.
INVENTOU O ADJETIVO.
         Com ele poderia modificar cada substantivo tantas e tantas vezes quanto quisesse. Faria a sua criação bem mais atraente. Pensou em muitas qualidades, muitas características, diversas aparências e as distribuiu às coisas e aos seres. Cada adjetivo imprimia uma qualidade diferente ao substantivo, modificando-o.
         Olhou a sua criação sem mais se cansar da mesmice de tudo, pois, a cada adjetivo que colocava junto do substantivo, este se modificava, permitindo-lhe ter substantivos de inúmeras maneira.
         Toda vez que se cansava de olhar alguma coisa, pensava numa qualidade e pronto: num passe de mágica, tudo ficava diferente. Diferentes adjetivos e então os substantivos se modificavam muitas vezes. Era como se o Criador estivesse criando mais e mais coisas, mais e mais seres. Existia a rosa perfumada, a rosa vermelha, a rosa amarela, o céu azul, o céu estrelado.
         O Criador ficou contente e achou que nunca mais terminaria de registrar tantos adjetivos no seu diário, pois, cada vez que pensava, criava mais uma qualidade para algum substantivo. Brincou durante muito tempo com os adjetivos, modificou tantos substantivos, de muitas maneiras.
         A sua criação ganhou muitas características, muitas qualidades. Ficou diversificada. Registrou tudo no seu diário. Distraído, ficou ainda a brincar com a sua criação durante algum tempo.

VERBO
         Muitos dias se passaram.
         Dias bonitos, dias claros, dias escuros, longos dias.
         O Criador não queria mais brincar com os substantivos nem com adjetivos.
         Existiam muitos tipos de céu, muitos modos de ser, muitas maneiras de Lua, estrelas brilhantes, pequenas e grandes.
         Tudo muito bonito, interessante, mas o Criador achou que ainda faltava alguma coisa.
         O vazio persistia.
         Compreendeu que faltava movimento, ação, vida. Tudo era muito parado.
         A imobilidade trazia certo cansaço, um desinteresse geral.
         Decidiu mudar o rumo das coisas.
         Com o seu pensamento, movimentou o mundo.
        INVENTOU O VERBO.
         Acabou-se a imobilidade. Acabou o silêncio. O mundo acontecia.
         Tudo se mexia, se realizava, se relacionava. Era a ação movimentando os seres.
         A planta crescia, o homem andava, a mulher falava, a Lua se escondia, o Sol nascia num horizonte e se punha no outro.
         A água corria nos rios, atravessava as florestas, desembocava no mar.
         O Criador se alegrou. Olhou o seu mundo, pensou em muitos verbos. A cada verbo que criava, uma nova ação acontecia no mundo.
Criou o verbo amar.
Foram tantos e tantos verbos, que nunca mais o mundo parou de crescer, transformar-se, acontecer.
O vazio não era mais importante. O verbo o deslocava, fechava, segurava, tapava, soltava. Enfim, dava-lhe movimento.
O Criador olhou o mundo. Caminhou com ele alguns caminhos, trocou algumas coisas, acrescentou outras.
Viu como eram belos o homem e a mulher. Seus movimentos eram sublimes, delicados, inteligentes.
Elegeu-os as suas maiores criações e dedicou-lhes o Seu grande amor.
Concedeu-lhe o poder de todos os verbos para que pudessem reger substantivos e adjetivos.
Fez sua última anotação sobre o mundo que havia criado. Fechou o seu diário e o guardou.
Foi cuidar de outros assuntos.
Esta foi a história da criação primeira. A partir desse momento, o Criador estava confiando aos homens todas as coisas e seres que existiam no mundo, tanto aquilo que vemos como aquilo que não vemos.
Dera-lhes o adjetivo, que era o poder de modificar o substantivo. Com ele, os homens poderiam recriar os substantivos.
Dera-lhes o poder do verbo que movimenta tudo isso, é a ação do mundo.
Um dia, quando o Criador abrir o seu diário, vai comparar o mundo ali registrado com o mundo que os homens fizeram.
Vai saber se valeu a pena, ou não, ter confiado nos homens.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011


De todos os presentes da natureza para a raça humana, o que é mais doce para o homem do que as crianças?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011


A vaca do Mineirinho
Parte I

Quando lemos que o autor do texto é Ziraldo, já sabemos que aí vem alguma coisa engraçada. Vamos confirmar essa sensação lendo o texto abaixo?

Mineirinho estava sentado à beira de uma estrada, tendo ao lado sua vaca. Passou um ricaço muito gozador, dirigindo seu carrão. Mineirinho, ao vê-lo passar, pediu carona. O dono do Porsche resolveu parar.
___   uma caroninha, moço?
E o ricão:
___   Mas, e a  vaca?
___   Eu amarro ela no pára-choque __ respondeu o Mineirinho.
___   Mas ela não vai agüentar, meu chapa!
___   Guenta, sim.
___   Tá bom. Você manda!
E lá se foram eles, com a vaca amarrada no pára-choque traseiro do carro.
Retirado do livro Anedotas do Pasquim 2, Ziraldo Alves Pinto.
Rio de Janeiro, Codecri, 1.975.
 
1)    Faça um círculo colorido ao redor dos verbos e expressões que estão
destacados no texto:
·         Azul: quando o verbo indicar uma idéia de passado;
·         Amarelo: quando o verbo indicar uma idéia de presente;
·         Vermelho: quando o verbo indicar uma idéia de futuro;

2)    Sublinhe com lápis azul a fala do narrador e com lápis amarelo a fala do personagem.

3)    Observe como ficou seu texto. Que relação você observa entre o tempo verbal e as falas de narrador e personagem?

4)    Experimente inverter agora. Onde o verbo estiver no passado, reescreva o texto colocando-o no presente; onde estiver no presente ou no futuro, reescreva-o no passado.

5)    E aí, como ficou? Escreva o que você observou no texto em relação à troca dos tempos verbais.

A vaca do Mineirinho
Parte II

O ricão estava a toda e, quando estava a oitenta por hora, olhou pelo espelho e lá estava a vaca correndo. Não acreditou. Pisou mais e o carro foi a cem. E lá estava a vaca. Ficou cabreiro e acelerou mais o carro, e toma cento e quarenta, e vaca atrás, firme. Quando chegou a duzentos, ele olhou o espelho e viu que a vaca estava com a língua de fora.
___   Parece que sua vaquinha não vai agüentar muito tempo esta corrida, não,meu velho. Já está com a língua de fora.
___  Para que lado está a língua?
___   Para a esquerda __ respondeu o ricaço.
___   Então encosta pra direita, que ela ta pedindo passagem!

E então?! Por essa você não esperava, hein?!
1)    Um dos parágrafos foi reescrito várias vezes. Observe com muita atenção e veja quais combinações de tempo e pessoa dos verbos são possíveis e quais não são. Assinale com um certo quando estiver correto e corrija quando estiver errado, escrevendo o verbo corretamente no caderno.

a)    O ricão saiu a toda e, quando estava a oitenta por hora, olhou pelo espelho e lá estava a vaca correndo. Não acreditou. Pisou mais e  o carro foi a cem. E lá estava a vaca. Fiquei cabreiro e acelerou mais o carro, e tome cento e quarenta, e a vaca atrás, firme. Quando chegou a duzentos, ele olha o espelho e viu que a vaca estava com a língua de fora.

b)    O ricão saiu a toda e, quando estava a oitenta por hora, olhou pelo espelho e lá estava a vaca correndo. Não acredita. Pisou mais e  o carro foi a cem. E lá estava a vaca. Ficou cabreiro e acelera mais o carro, e tome cento e quarenta, e a vaca atrás, firme. Quando chegou a duzentos, ele olha o espelho e viu que a vaca estava com a língua de fora.

c)    O ricão sai a toda e, quando está a oitenta por hora, olha pelo espelho e lá está a vaca correndo. Não acredita. Pisa mais e  o carro vai a cem. E lá está a vaca. Fica cabreiro e acelera mais o carro, e tome cento e quarenta, e a vaca atrás, firme. Quando chega a duzentos, ele olha o espelho e que a vaca está com a língua de fora.

d)    O ricão saiu a toda e, quando estava a oitenta por hora, olha pelo espelho e lá está a vaca correndo. Não acreditou. Pisou mais e  o carro foi a cem. E lá estava a vaca. Ficou cabreiro e acelera mais o carro, e tomou cento e quarenta, e a vaca atrás, firme. Quando chegou a duzentos, ele olhou o espelho e viu que a vaca estava com a língua de fora.

e)    O ricão saiu a toda e, quando estava a oitenta por hora, olhei pelo espelho e lá estava a vaca correndo. Não acreditei. Pisei mais e  o carro foi a cem. E lá estava a vaca. Fiquei cabreiro e acelerei mais o carro, e tome cento e quarenta, e a vaca atrás, firme. Quando chegou a duzentos, ele olhou o espelho e viu que a vaca estava com a língua de fora.

2)    Qual tempo verbal aparece mais nesse texto do Ziraldo: passado, presente ou futuro?

3)    Este texto é:
a)    Crônica;
b)    Conto;
c)    Poesia;
d)    Anedota;

4)    Este texto está escrito em prosa ou em verso?

5)    O narrador participa da história ou apenas observa e relata os fatos? Como denominamos tal narrador?

6)    O humor do texto está em qual frase?

7)    Quem é o autor da anedota?

8)    De onde esse texto foi retirado?